Parceria vai preparar agentes de desenvolvimento territorial

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Os presidentes da Faciap e da Itaipu, Rainer Zielasko e Jorge Samek, assinaram termo de cooperação que vai preparar disseminadores dos conceitos do desenvolvimento territorial. O ato ocorreu na tarde desta quinta-feira, na XXIV Convenção Anual da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná, em Foz do Iguaçu. “Essa é uma parceria importante para o futuro do Estado, porque vai preparar pessoas com capacidade de entender e de prospectar os conceitos de um reconhecido formato de expansão econômica”, segundo Samek.

O programa de formação de agentes, chamado de ConectaDel, vai promover cursos e capacitações a líderes e a multiplicadores de informações. Um profissional com experiência no projeto, que acompanhou a elaboração e o desenvolvimento das ações da Garapen, no País Basco, na Espanha, virá ao Paraná para ajudar a difundir a ideia. A primeira experiência no Estado já acontece com o Oeste em desenvolvimento, programa oficializado há dois meses e que tem por missão contribuir para alçar a região a um novo estágio no seu processo de crescimento.

O programa conta com o envolvimento do Sebrae, Itaipu, Parque Tecnológico de Itaipu, Caciopar, Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná) e do Sistema Fiep, a Federação das Indústrias do Estado do Paraná. Sob coordenação do empresário e arquiteto Mario César Costenaro, de Toledo, o programa atualiza e aprofunda estatísticas e promoverá, em fases sequentes, a identificação de cadeias produtivas e propulsivas e colocará em prática meios de potencializar os seus resultados, sempre de olho em emprego, renda e resultados, conforme Mario.

A Garapen

A criação da Garapen, a Agência Basca de Desenvolvimento, surgiu de uma necessidade. Na década de 1990, os índices de desemprego eram grandes na região e praticamente não haviam opções de trabalho aos jovens. Então a saída foi a união das forças organizadas, bem como de instituições de pesquisa e ensino, para desenvolver um projeto de transformação econômica. A gerente da Garapen, Elisabet Urbieta, informa que a área alcançada tem sete mil quilômetros quadrados e população de 2,2 milhões de habitantes. Ela é 25 vezes menor que a do Paraná e o PIB é semelhante.

Criada em 1993, a agência promove mudanças profundas na história da região. Hoje, a qualidade de vida, a renda per capita e as perspectiva de bons empregos estão entre as melhores da Europa. A indústria responde por mais de 35% das riquezas e dos empregos. A região de Mondragon, uma das mais desenvolvidas da Espanha, conta com um dos menores índices de desemprego dos países do bloco, próximo de 4%. O País Basco, com as 32 agências derivadas do projeto original, tem forte diversificação industrial, atua com o suporte de arranjos produtivos e investe pesado em qualificação profissional, pesquisa e inovação.

Elisabet informa que o desenvolvimento do território está fortemente associado a compreender as particularidades e os potenciais dele, que reúne realidades muito diferentes. “A colaboração de todos os agentes é imprescindível para o sucesso desse modelo de cooperação”, conforme a gerente da Garapen. Com alcance em 87% da população basca, as agências têm como centro de suas ações o emprego, o empreendedorismo, a empresa e a promoção de setores estratégicos.

Pequenas e médias

O diretor da Agência de Desenvolvimento da Região de Goieki, Iker Galparsoro, disse que a metade dos empregos gerados na região, de 45 mil habitantes, está na área da metalmecânica. Mais de 90% das indústrias são de pequeno e médio portes, que oferecem empregos de qualidade e elevada remuneração. Para fazer um projeto com essas características dar certo, conforme Iker, é fundamental associar visão, confiança, colaboração e trabalho.

Doze cidades que somam 26 mil moradores formam a base de atuação da Agência de Desenvolvimento Lea Artibai, coordenada por Ainara Gunea. Há alguns anos, a economia da região estava associada aos setores primários e em apenas 13 anos, o cenário mudou significativamente, de acordo com Ainara. “Enfrentamos inúmeros desafios e pudemos, gradualmente, aprender e tirar lições dos erros. Hoje, as cidades colhem os bons resultados de um projeto que virou modelo ao mundo”, diz ela.

A questão territorial assume aspecto tão importante na atualidade paranaense que virou um dos pilares da atuação da Faciap, segundo o presidente Rainer Zielasko, ao lado da profissionalização e da sustentabilidade. Depois das exposições, um painel aprofundou o tema entre os empresários que participam da Convenção da Faciap. O mediador foi o diretor de Operações do Sebrae, Julio Cezar Agostini.

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