A Justiça Federal determinou ontem, a liberação das rodovias federais bloqueadas por caminhoneiros nas regiões metropolitanas de Curitiba e Londrina. As seccionais da Advocacia Geral da União (AGU) de Maringá, Toledo e Francisco Beltrão também entraram com ações.
O pedido de Maringá chegou ao juiz às 16h19 e a expectativa era que a decisão saísse ainda ontem, mas até o fechamento desta edição o despacho não havia sido feito pelo juiz federal José Jácomo Gimenes.
A ação foi impetrada contra o Sindicato de Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens em Maringá e Região (Sindicam) e pede, especificamente, a liberação de três trechos bloqueados na BR-376: em Marialva, Mandaguaçu e Nova Esperança. O pedido, assinado pelo advogado da União em Maringá, Rodrigo Daccache, prevê também multa de R$ 100 mil por hora em caso de descumprimento da decisão.
Na região de Curitiba, a decisão estabeleceu multa de R$ 5 mil por hora e foi autorizado pela Justiça Federal, se necessário, o uso de força policial. Já na região de Londrina, o não cumprimento da ação resultará em multa de R$ 50 mil por hora.
O advogado da União em Maringá ressaltou que as mobilizações nas BRs “já ocasionaram e ocasionarão insegurança para o trânsito e para a circulação viária nas rodovias federais, comprometendo a segurança de todos e causando inúmeros prejuízos ao País”. Além disso, ele sustenta que não há como negar os riscos de desabastecimento de combustível, alimentos e prejuízos às exportações.
Em Cascavel, na região oeste, homens da Força Nacional de Segurança chegaram na manhã de ontem, para ajudar a Polícia Rodoviária Federal (PRF) no acompanhamento dos bloqueios. A ordem era para que a Força Nacional não entrasse em ação e desse apoio aos agentes federais. As tropas se concentravam também em Guarapuava, na região central. Em cinco Estados – BA, MG, RS, MS e PR -, a Justiça determinou que os caminhoneiros desbloqueassem as rodovias.
Na região de Maringá, os bloqueios aumentaram de quatro para nove, de terça-feira para ontem, entre rodovias estaduais e federais. Até as 17h, havia bloqueios na BR-376 (Mandaguaçu, Nova Esperança e Marialva)e nas PRs 323 (Paiçandu), 458 (Flórida), 218 (Astorga), 463 (Colorado) e dois na 317 (Santa Fé). No Paraná, eram 20 BRs e 24 PRs bloqueadas.
Consequências
No porto de Paranaguá, o escoamento da soja está prejudicado. Ontem, dos 925 caminhões previstos, 67 chegaram. A direção do porto informou que, mesmo com o fim do movimento, deverá haver lentidão no escoamento da soja.
A JBS, uma das maiores empresas de processamento de carnes no mundo, paralisou oito unidades de produção de aves e suínos no Paraná e Santa Catarina, por conta da interrupção no fornecimento de grãos para a alimentação.
Fonte: O Diário do Norte do Paraná
