A Caciopar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Oeste do Paraná) reforça seu apoio à carta elaborada pelo G7 (grupo das sete principais entidades empresariais do Estado) que questiona despacho da Funai publicado no Diário Oficial do dia 15 de outubro último. O documento reprova parecer de grupo técnico para a desapropriação de 17 mil hectares de terras no Oeste do Paraná para a criação de uma reserva indígena.
O documento do G7, destinado ao presidente Michel Temer, afirma que “tal parecer não corresponde à verdadeira situação dos índios e quilombolas, áreas estas que vêm sendo exploradas por produtores rurais há anos, muito antes do marco temporal de 1988, estabelecido pela Constituição Federal”. A Funai, segue o texto, vem reiteradamente provocando confusões no Oeste do Paraná, inclusive atraindo descendentes de índios do Paraguai para a região como se fossem eles nativos.
O G7 pede encarecidamente ao presidente Michel Temer, diante dos riscos que o despacho representa, para que revogue o documento da Funai, evitando assim o agravamento de um clima de tensão que há anos toma principalmente as regiões de Guaíra e de Terra Roxa, no Extremo-Oeste do Paraná. A Caciopar acompanha a questão desde o início e foram inúmeras as vezes que alertou que havia erros sérios na condução do estudo do grupo técnico contratado pela Fundação Nacional do Índio.
Como a própria imprensa denunciou e a Itaipu reconheceu, não havia índios nessa região antes de 8 de outubro de 1988, quando a atual Constituição foi promulgada. Há ainda outras situações embaraçosas, como a atração de paraguaios à região fazendo com que esses se passem por descendentes de índios que teriam vivido ali. Além disso, como a própria imprensa regional noticiou, chegou-se ao cúmulo de plantarem supostas provas para indicar a presença de povos indígenas nas áreas reivindicadas. A situação é grave, aponta a Caciopar, reiterando seu apoio à solicitação do G7 enviada à Presidência da República.