Presidente do POD, Mario Costenaro, na ACIC Cascavel
Leis básicas há muito ensinam que toda ação provoca uma reação. E é possível concluir que a falta dela, conhecida por inércia, também gera mudanças. Depende de cada um entender o seu lugar e o contexto para, então, decidir o que e como fazer para contribuir com avanços que podem levar a grandes transformações. Essa é uma das leituras extraídas da palestra Tempo e lugar de oportunidades, a cooperação e a transformação do território que o presidente do Programa Oeste em Desenvolvimento, o arquiteto Mario César Costenaro, leva a públicos de toda a região.
Costenaro participou na noite de quinta-feira do encontro semanal da Acic e expôs sobre os movimentos possíveis quando uma comunidade decide pelo caminho da união, do trabalho e da organização. O ponto de partida da análise é por que o Oeste, uma das regiões com alguns dos índices mais competitivos do Brasil, não apresenta desenvolvimento harmônico. O mesmo ocorre com as associações comerciais e outras entidades. Algumas têm resultados fabulosos e outras nem tanto. Então, quais são as razões para desempenhos tão diferentes, pergunta o presidente do POD, que afirma ter algumas pistas que indicam para as respostas prováveis.
Uma das explicações que fazem mais sentido está no perfil, no tipo e no estilo de cada pessoa. Algumas são abertas, dispostas, participam e se doam além do universo de suas empresas. Elas estão sempre prontas para ajudar e enxergam como resultados de suas ações o crescimento coletivo, a construção de algo melhor a todos. Outras precisam de um empurrão e quando corretamente motivadas participam e passam a entender o valor da unidade. Por sua vez, há outras, que também têm seus negócios e saberes, mas que são fechadas, que não compartilham e entendem que, mesmo agindo assim, já fazem a sua parte.
Uma teoria bastante conhecida no mundo da ciência é chamada de efeito borboleta, que comprova que uma ação que pode ser considerada minúscula pode ter grande impacto e consequências. O simples bater de asas de uma borboleta no Oeste do Paraná poderá ajudar na formação de um tufão nos Estados Unidos. Ou seja, o que se discute em Brasília tem reflexos diretos na vida de todos os brasileiros, independentemente de onde estejam. Por isso, participar, opinar e ajudar a decidir é tão determinante para o futuro e para o andamento dos mais diversos projetos. “Todos, juntos, temos a possibilidade de criar um cenário fantástico”, acentuou o presidente do POD.
A decisão de cada um determina entre a conquista e a não conquista, entre a transformação e a não transformação e entre desenvolver e não desenvolver. O agir cria ambiente para uma onda virtuosa de mudanças, da mesma forma que a inércia pode desencadear movimentos no sentido oposto. “Sim, nos podemos transformar”, afirma Costenaro, acrescentando que para tanto é fundamental conhecer a si, onde está e onde se quer e é possível chegar. “Quando se atua com foco no que está perto, os resultados tendem a ser ainda mais efetivos”, assegurou o presidente do POD.
Território
O olhar para um futuro de novas possibilidades, de prosperidade e de mais qualidade de vida passa também pela ruptura de antigas culturas e paradigmas, que envolvem principalmente o imediatismo e a busca rápida de resultados. “Para isso, precisamos ter visão estratégica. De compreensão do território e de entendê-lo como muito além de um perímetro ou de uma linha geográfica”. A formação do território está conectada a todos os elementos que levam à criação de vínculos, aos diversos aspectos culturais, de hábitos e de tradições, aos sistemas produtivos e às suas singulares características e desdobramentos.
Quando se percebe a dimensão do território, suas características e possibilidades há a sensação de pertencimento, de que existem condições de o indivíduo, de seus projetos e de seus negócios prosperarem. A região tem uma forte relação com duas correntes de integração que permitiram que ela chegasse aonde chegou, o cooperativismo e o associativismo empresarial. No Oeste estão seis das maiores cooperativas agropecuárias do País e no entorno delas há 110 agroindústrias que geram empregos, renda e oportunidades.
O movimento empresarial, por meio das associações comerciais, permite reflexões e mobilizações na direção de causas comuns. O exercício desses princípios resulta em um grande amadurecimento que conduz a novos saltos organizacionais, a exemplo do que propõe o Oeste em Desenvolvimento. Com a conjugação de forças, da leitura de indicadores, do conhecimento da realidade e do potencial de cadeias econômicas ele busca constituir parâmetros para avanços ainda mais contundentes e que possam ser compartilhados.
Sinergia
A essência de toda ação altruísta está na sinergia, na compreensão que todos são igualmente importantes no processo de construção de algo novo e que a capacidade de priorizar é determinante para o êxito do projeto. Segundo Costenaro, quanto maior é o número de pessoas e entidades envolvidas, mais legítimas serão as ações. “Confio na capacidade que temos de transformar. O tempo é agora, o lugar é aqui”, afirmou o presidente do Oeste em Desenvolvimento.
Fonte: assessoria Caciopar