Clóvis de Barros de Filho: Por que a vida vale a pena ser vivida?

Um dos maiores estudiosos do Direito e da Filosofia da atualidade brasileira, Clóvis de Barros Filho, fez a palestra principal desta sexta-feira na XXIV Convenção Anual da Faciap, no Recanto Cataratas Resort, em Foz do Iguaçu. Ao citar quatro grandes nomes da Filosofia, Clóvis fez uma viagem no tempo e um convite à reflexão aos cerca de 1,2 mil empresários e líderes presentes ao evento.

O primeiro pensador citado foi Aristóteles, que viveu há mais de dois mil anos. A busca da felicidade como uma espécie de afirmação à importância de viver, e um antídoto à dor, ao sofrimento e à ansiedade, é perseguida desde a Grécia Antiga, o berço da Filosofia Ocidental. O fundador dos conceitos originais de boa parte das ciências dizia que a felicidade do homem era igual à vida de uma planta, que se vinga é porque a vida deu certo.

Para Aristóteles, a felicidade estava ligada a alcançar a perfeição por meio da excelência dos talentos. “Cada um deveria entender as suas aptidões e desenvolvê-las, porque essa era a condição de uma vida boa e feliz”. Para os gregos, o universo era finito e perfeito e tudo e todos tinham importância e deveriam se harmonizar ao cosmos. O segundo personagem associado ao tema por Clóvis foi Jesus, que viveu 350 anos depois de Aristóteles.

Jesus promoveu uma revolução ao afirmar que a felicidade de cada um estava no ajudar e estender a mão ao próximo. Era a antítese do que dizia o pensador grego, que entendia a felicidade como as práticas das virtudes individuais. Mil e seiscentos anos depois de Aristóteles a teoria de que o cosmos é finito e perfeito é desfeita. Os estudiosos da época apontam que, além de infinito, o universo funciona na mais completa desordem.

O filósofo holandês Baruch Spinosa, um judeu, foi empregado por Clóvis como a terceira via da resposta para a busca da felicidade. De acordo com Spinosa, a melhor vida possível é energia, que permite ao homem se distanciar ao máximo da morte. Por meio do conceito da potência de agir, que é a quantidade de energia empregada ao longo da vida, o pensador chegou ao termo alegria, que é o auge da potência de agir.

Liberdade

O francês Jean Jacques Rosseau foi o mentor do quarto dos conceitos de felicidade utilizados por Clóvis de Barros Filho. Ele relacionou a liberdade ao ato de viver. Conforme ele, a vida boa é a das boas escolhas. Aquela em que o homem é livre para decidir como quer viver. No contexto está presente também a ética de viver com fidelidade aos próprios valores e princípios.

Rosseau afirmava que a felicidade pode ser vivida em qualquer lugar e por qualquer pessoa. O professor-doutor encerrou dizendo que se deve desconfiar de quem emprega fórmulas e receitas para ensinar como os outros devem agir e viver. “Se por um instante que for eu consegui fazer você sorrir ou pensar sobre a felicidade, então cumpri a minha missão nesse evento”, disse Clóvis de Barros Filho.

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