A Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap) realizou nesta sexta-feira, 11 de agosto de 2023, a quinta edição do Fórum de Gestão Empresarial no Teatro UP Experience, da Universidade Positivo, no bairro Campo Comprido, em Curitiba. O evento deste ano abordou o tema "Desafios do Crédito no Brasil: acesso mais fácil e custos menores".
O objetivo deste encontro, que está na quinta edição, é promover o diálogo com os líderes do Sistema Financeiro Nacional, buscando facilitar o acesso ao crédito para as empresas paranaense e reduzir os custos envolvidos, além disso, conscientizar os empresários sobre a importância do uso adequado das informações dos bureaus de crédito, tanto positivas quanto negativas, para a tomada de decisões na concessão de crédito, com o intuito de diminuir a inadimplência.
O evento foi aberto pelo presidente da Faciap e coordenador do G7, Fernando Moraes, que agradeceu a presença do presidente do Banco Central e dos líderes das cooperativas e das entidades parceiras para ampliar o debate sobre o acesso ao crédito. "Sabemos que não é fácil manter o equilíbrio nas duas pontas de uma concessão de crédito. De um lado temos o empresário querendo investir, fortalecer sua empresa, gerar emprego e renda. De outro instituições financeiras e demais empresas com uma política muita vezes restritivas, com burocracias que, muitas vezes, fazem o investidor desistir do negócio", disse Fernando.
Roberto Campos Neto
O presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, abriu a programação de debates e interação do V Fórum de Gestão Empresarial. Para um auditório com mais de 500 pessoas, Campos falou sobre o atual cenário econômico brasileiro e sobre a agenda do Banco Central. Ele destacou o trabalho do Banco Central no campo da inovação nos últimos tempos, com o desenvolvimento do PIX e agora a nova moeda digital DREX e enalteceu o modelo de negócio das cooperativas.
Cooperativas
“Sinto-me muito contente em ver aqui a participação das cooperativas, que incentivamos desde o início. Recentemente mencionei que numa época li um estudo da FIPE que me fez acreditar muito nesse modelo de negócio”, disse Roberto Campos Neto, ao destacar que durante a pandemia as pessoas tinham dificuldades na obtenção de crédito e recebiam negativas. E essa negativa era menor nas cooperativas.
Campos Neto explicou que esse negócio de crédito é “um negócio de informações do cliente. Se eu tenho mais informações do cliente que está do outro lado, quando vem uma crise, eu tenho mais segurança para conceder um empréstimo, dar um crédito”, disse.
Modelo de sucesso
O presidente destacou ainda que o modelo de negócio das cooperativas é um sucesso porque elimina a assimetria da informação dos clientes. “Então, esse é um modelo de sucesso, a gente quer continuar expandindo e o incentivando”, disse.
Conjuntura mundial
Roberto Campos falou também sobre a conjuntura econômica mundial, a aposta na tecnologia e sobre o crescimento da economia brasileira. “O Brasil está conseguindo trazer a inflação para baixo com um custo relativamente baixo em relação a outros países; tem gerado empregos e, ainda, foi o pais que teve maior revisão do PIB para cima, conforme estudo recente do FMI. “O Brasil caiu 8.7 de inflação e ainda assim a economia subiu, teve revisão pra cima, de 0.3%, enquanto a média do mundo emergente caiu 1.9 de inflação com um custo de crescimento 4.4 da inflação com um custo de crescimento de 2.4.
Rotativo
“Estamos buscando um sistema financeiro mais estável, sólido e responsável”, disse Roberto Campos aos responder a perguntas dos participantes e da imprensa sobre o comportamento dos juros, atualmente na casa de 13,25% ao ano. Sobre o rotativo do cartão de crédito, ele disse que levou um “puxão de orelhas” por ter revelado nesta quinta-feira, 10, no Senado Federal, a possibilidade de acabar com essa modalidade de juros e que seria substituído por um parcelamento com juros, por exemplo, de até 9% ao mês. (Adilson Faxina/Faciap)
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