A insatisfação de grande parcela representativa da classe empresarial do Paraná é visível com relação aos rumos que a Operação Lava Jato vai ganhando. Para manifestar sua indignação e mostrar que está preocupada com possível impunidade da Justiça brasileira, a Cacispar (Coordenadoria das Associações Comerciais e Empresariais do Sudoeste do Paraná), entidade que representa mais de 40 municípios, e demais entidades, fixaram nesta segunda-feira, 2 de abril, outdoors em Pato Branco e outras cidades do Estado. “STF: Acabe com o mecanismo da corrupção”, diz um dos outdoors. Além disso, a Cacispar vem debatendo essa questão em suas reuniões de diretoria. A grande maioria das cidades que tem representatividade do sistema Faciap estão mobilizadas no Paraná.
Vale ressaltar que a Faciap (Federação das Associação Comerciais e Empresariais do Paraná) tem mobilizado nesta semana as associações em favor da manutenção da decisão do Supremo Tribunal Federal. Desde 2016, condenados em segunda instância, devem ser presos. Pelo Estado, cidades como Foz do Iguaçu, Cianorte, Francisco Beltrão, Pato Branco, União da Vitória organizam caminhadas e abraço coletivo para reforçar apoio à Operação Lava Jato. De acordo com Jair dos Santos presidente da Cacispar, o setor empresarial e sociedade civil organizada e produtiva estão indignadas.
Dia de decisão
Nesta quarta-feira, 4 de abril, o STF fará o julgamento do habeas corpus do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em virtude de condenação unânime, em 2ª Instância (TRF 4ª Região), por corrupção. Para a Faciap, uma decisão de grande importância, capaz de influenciar todas as futuras decisões sobre as prisões pós-segunda instância, já que abre precedente, foi tratada no STF com descaso e arrastada pela sessão de julgamento até a exaustão, abrindo a oportunidade da defesa em pleitear por uma liminar.
A Faciap entende que é alarmante o Supremo Tribunal Federal se firmar cada vez mais como um tribunal político, de exceção, alternando sua própria jurisprudência caso a caso. A aplicação do direito exige estabilidade e previsibilidade. A contramão dessa via, ou seja, um ambiente de insegurança jurídica, desacredita toda uma nação. “Esses réus já tiveram sua sentença confirmada em primeira e segunda instâncias, por isso o Sistema Faciap entende que devem cumprir pena”, afirma o presidente da Faciap, Marco Tadeu Barbosa.