Líder feminina no Paraná encoraja mulheres a se tornarem empreendedoras

Nelly atua há 30 anos no ramo de confecções infantil, juvenil, gestante e plus size.

 

Ela foi presidente da Associação Comercial de Colorado, presidente do Núcleo da Mulher daquela cidade e presidente da Cacinor Mulher, Coordenadoria das Associações Comercias e Empresariais do Norte e Noroeste do Paraná. Atualmente preside a Faciap Mulher. Ela é Nelly Trevisan Assaiante, de Colorado, município localizado no Norte do Estado, próximo a Maringá e Londrina. Precisa dizer que a empresária “respira” associativismo?

E no dia 24 de agosto, Nelly participou do 11º Fórum da Mulher Empresária em São Jorge D’Oeste, evento que recebeu centenas de mulheres da região Sudoeste. Um dia antes, participou de reunião itinerante da Faciap Mulher em Pato Branco. “Quando assumi a presidência coloquei como propósito fazer reuniões mensais itinerantes com o intuito de conhecer todas as regiões do Estado. Tivemos uma palestra sobre inteligência espiritual, que achei muito interessante. Porque se a mulher está bem, assim como o homem, ela produz muito mais e tem mais criatividade”.

 

E a assessoria de imprensa da Cacispar entrevistou Nelly enquanto acontecia o Fórum em São Jorge. Confira!

 

Cacispar – As mulheres de Colorado são engajadas no associativismo?

Nelly – Sim, nós temos um núcleo com uns cinco anos de existência. Nesse contexto, é importante deixar bem claro que os núcleos da mulher não são exclusivamente para trabalhos sociais e filantrópicos. O nosso objetivo é que as mulheres tenham um crescimento pessoal, profissional e empresarial.

 

E hoje, num mundo cada vez mais competitivo, é difícil ser mulher empresária?

É [difícil] para homens e mulheres. Em 2003, a mulher abrangia 12% das empresas no mercado de trabalho, uma fatia muito pequena. Na última pesquisa, realizada em 2018, nós já estávamos em 52% do mercado de mulheres comandando negócios no País. Detalhe que a mulher não é somente empresária. Mesmo que ela tenha alguma empregada doméstica em casa, ela tem que ver as coisas das crianças, da escola, ela não deixa de ser mãe e esposa. Penso que pode haver uma mudança, não que a mulher deva abandonar a família para cuidar dos negócios. O que queremos é que as mulheres entendam que ela pode envolver toda a família nesse processo de cuidar da casa. Não está escrito em lugar nenhum que são apenas as mulheres que devem lavar a louça. Os filhos e maridos podem colaborar. Algumas mulheres ainda entendem que o homem não pode fazer serviços domésticos. Mas já vem mudando muito e temos que colocar isso para nossos filhos que vão estudar e trabalhar fora. Manter uma empregada doméstica é caro, é preciso ter uma mudança de comportamento da família toda. Assim sobra mais tempo para as mulheres se dedicarem ao mundo dos negócios, gerar mais oportunidades de emprego. É uma visão que estamos levando aos núcleos da mulher.

 

E o Prêmio Mulher Empreendedora?

Esse prêmio mostra que a mulher tem um poder no comércio que ela não conhece. Teve amigas minhas que convidei para participar [do prêmio] deste ano e me disseram: ‘mas eu participar do concurso?’ A mídia fica muito focada nas mulheres com grandes empresas, lógico que elas têm seu valor. Mas as médias e pequenas empresárias quase não aparecem. Por isso estamos reunindo informações e ideias para lançarmos em outubro a segunda edição do prêmio, em Foz do Iguaçu, durante a Convenção da Faciap. O nosso foco é encontrar histórias inspiradoras.

 

Um recado para aquela mulher que está entrando no mercado empresarial, deixando de ser funcionária para ter o próprio negócio…

Minha mensagem é para as mulheres de todas as idades, temos que nos apropriar do poder que temos. Porque a mulher, além de ter essa questão de organização, ela tem uma sensibilidade grande. Entendemos que a mulher funcionária de uma empresa tem muito valor, mas ela pode ser dona de seu próprio negócio. Ela deve procurar ajuda com o Sebrae e com os nossos núcleos de mulheres. Por isso é importante ela ser vinculada a um sistema associativista. Esse envolvimento nos fortalece, não podemos entrar na ‘vibe’ da crise, que sempre teve e vai ter. Devemos firmar em nossos propósitos e saber que a mulher tem muito potencial, usando o poder da intuição para empreender.

 

Crédito: Darce Almeida/CACISPAR

 

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