Deputados criticam falta de transparência e poucas obras em audiência na Acic

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Onze deputados estaduais participaram na manhã desta sexta-feira, no auditório da Acic em Cascavel, de audiência da Frente Parlamentar contra a Prorrogação dos Contratos do Pedágio. O evento contou com a participação de líderes dos mais diversos setores produtivos e organizados da cidade e de municípios vizinhos. Os deputados entendem que os atuais contratos são prejudiciais à economia do Estado e que as concessionárias não cumpriram com o que deveriam, por isso a prorrogação que alguns pretendem não interessa e não faz nenhum sentido à comunidade estadual.
O presidente da Frente é o deputado estadual Ademir Bier (PMDB), de Marechal Cândido Rondon. Ademir abriu os trabalhos dizendo que as audiências, que percorrem cidades-polo do Paraná, buscam corrigir um erro histórico, cometido entre 1995 e 1996, e que custa muito caro a um dos estados mais pujantes do País. “A população não foi ouvida. Não há transparência e o pedágio que temos hoje não atende aos interesses dos paranaenses”, afirmou o parlamentar. O peemedebista afirmou que os deputados não são contrários ao pedágio, e sim aos valores abusivos, à unilateralidade das decisões e não cumprimento das obras fundamentais que há tanto o Paraná aguarda.
Dos 51 deputados estaduais, 32 já haviam assinado, até a manhã desta sexta-feira, inclusão de seu nome da frente que reprova a prorrogação dos contratos. O número já é suficiente para, na terça-feira, aprovar projeto do deputado Tercílio Turini que repassa à Assembleia Legislativa a responsabilidade de dar a palavra final em temas tão relevantes e do interesse de tantas pessoas. O deputado Adelino Ribeiro afirmou que o tema é de grande relevância e não pode ser decidido por dois ou três. “Não é justo dar mais 20, 30 anos de prazo a empresas que, em mais de 15 anos, provaram estar fora sintonia aos interesses de um Estado que produz, precisa dar agilidade às suas tarefas e reduzir os custos de sua produção”. É só olhar a luta pela duplicação da 277, conforme Adelino, para constatar isso. Essa obra já deveria estar pronta e a concessionária não faz um metro sem aditivo.

Criminoso

O deputado estadual Professor Lemos afirmou que o debate é pertinente e necessário e que a Taxa de Retorno às empresas é elevada demais. Já para Márcio Pacheco, há uma enorme incoerência em querer prorrogar os atuais contratos, que têm sido extremamente ruins para a sociedade e para quem trabalha e produz. “Essa é uma concessão reprovada pelos paranaenses, então por que continuar com ela?”, questionou. Para o deputado, o atual modelo é criminoso e traz enormes danos à economia e à população. Por sua vez, Leonaldo Paranhos afirmou que já questionou a Justiça sobre a manutenção de um contrato que só beneficia a uma das partes envolvidas. “Deveria ser cancelado, porque há desvio de finalidade, não há investimentos e causa enormes perdas à produção”.
O Oeste do Paraná, conforme Paranhos, é a região que mais sofre com os impactos das incoerências do atual modelo. “O peso das tarifas é brutal sobre a economia, principalmente no escoamento da produção que tanto desenvolvimento traz ao Estado”. O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, foi convidado pelo presidente da Frente, Ademir Bier, para apresentar números de um estudo que comprova o tamanho do impacto do pedágio no agronegócio da região. Grolli afirmou que o custo anual, apenas ao setor, é superior aos R$ 100 milhões. “Esse é um dinheiro que sai do bolso dos agricultores e que poderia, além de melhorar a dele, contribuir para elevar a qualidade de vida dos oestinos e dos paranaenses”. A perda de competitividade dos produtos da região é brutal, afirmou o líder cooperativista.

Fonte: assessoria Acic

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