CONVENÇÃO DA CACISPAR, UMA NOITE DE APRENDIZADO, REFLEXÃO, DESCONTRAÇÃO E AMADURECIMENTO DE IDEIAS

Da assessoria/Cacispar

Com temperatura e clima agradável, aconteceu na quinta-feira, 18 de julho, no Centro Cultural Arte e Vida, em Dois Vizinhos, a 17ª edição da Convenção Empresarial da Cacispar – “A força do Associativismo: Empreendendo com Atitude”. Temas atuais que provocam reflexão quanto ao futuro da tecnologia, as mudanças no mercado de trabalho e a qualidade de vida das pessoas, proporcionaram uma noite de conhecimento e choque de aprendizado.

Carlos Manfroi, presidente da Cacispar, abriu oficialmente a Convenção e agradeceu aos parceiros, aos participantes por acreditarem na proposta do evento, aos patrocinadores e a todos que integram o sistema associativista. “Sem eles isso aqui não seria possível”, reforçou. Conforme Manfroi, a Convenção foi uma grande oportunidade de entender tendências, refletir, pensar no futuro e sair da zona de conforto.

Esta edição teve uma ligeira mudança no formato das apresentações, trazendo três palestras pitchs com 25 minutos – em média – de duração, e a palestra final. O prefeito de Dois Vizinhos, Raul Isotton destacou a importância de Cacispar organizar um evento desse porte para o município. “Gostamos quando as entidades resolvem descentralizar os eventos, isso é muito importante para o nosso empreendedor”, disse. “Muitas vezes nós, que estamos a frente dos municípios, precisamos nos desarmar politicamente de algumas ações. Hoje estamos inseridos no mercado da tecnologia e não adianta alimentar alguns vícios, principalmente no setor público e na cabeça de alguns empresários. Não adianta irmos contra à inovação. Ela veio e muitas mudanças vão acontecer nos próximos dez anos. Por isso temos que estar preparados”.

Edilberto Minski, presidente da Associação Empresarial de Dois Vizinhos (Acedv/CDL), disse que não foi um evento apenas de aprendizado. “Mas sim de compartilhar conhecimento. Essa casa cheia é significativa. Só assim conseguimos transformar nossa sociedade e nossos negócios. Quem não veio, perdeu”, sublinhou.

“Vivemos numa região de empreendedorismo e associativismo muito forte, me sinto honrado em representar o Marco Tadeu Barbosa [presidente da Faciap] nesse evento. Parabéns aos organizadores pelo nível das palestras”, destacou Jair dos Santos, ex-presidente da Cacispar.

 

“Inovação e futuro das empresas”

Foi com esse tema que César Giovani Colini, gerente regional Sul do Sebrae/PR discorreu sobre a transformação que consumidores e empresários irão encarar nos próximos, 10, 20 anos. De acordo com Colini, 70% dos empregos que conhecemos deixarão de existir até 2038, porém outros irão surgir. “O futuro já chegou e o Brasil precisa caminhar muito rumo à Indústria 4.0.Precisamos urgentemente nos adaptar”. Colini lembra ainda que a tecnologia 5G está vindo. “Tudo vai estar conectado, veículos, equipamentos, pessoas. O Uber já está testando veículos sem motoristas. Vai ser cada vez mais presente em nossas vidas os assistentes virtuais. Todas as transformações que aconteceram nos últimos 150 anos nós vamos ver em 10, 15 anos”.

 

Rafael Daron falou sobre “Negócios digitais e o foco no consumidor”. Para ele, a melhor ferramenta para negociação é a conversa direta com quem procura algo para consumir. “Outra questão é que, se você criou algo bom e funcional para seu cliente hoje, amanhã ele já vai querer algo melhor. É preciso pensar nos modelos de negócios de quem vai utilizar e o quanto que podemos impactar na vida dessas pessoas. Todos somos consumidores impactados pela grande massa, pelo que as outras pessoas consomem”. O palestrante informa que levou para Portugal conhecimento da região Sudoeste. “Nós repensamos a eficiência hídrica daquele país utilizando uma metodologia muito simples, onde nós criamos um modelo sustentável, gerando empregabilidade e consciência nas pessoas”. 

 

“Mentalidade vencedora, mude sua mente para mudar a sua realidade”

“Qual é o maior de todos os sentimentos do ser humano”, perguntou Alex para a plateia. Amor, raiva, paz. Nada disso. “O maior é o medo. Medo de começar um negócio novo, medo de tirar dúvidas, medo de arriscar em qualquer circunstância. É preciso haver uma mudança de mentalidade. Não podemos nos permitir a viver no piloto automático”, disse o palestrante Alex Born.

 

Ele citou cinco qualidades mais exigidas para qualquer profissional que queira se tornar competitivo e vencer. “Percepção é a mais difícil porque requer uma quebra de mentalidade. A partir do momento que você melhora suas percepções, você gera a segunda qualidade, que é a adaptabilidade. A terceira é a precisão, ser preciso é errar menos e acertar mais. Na sequência vem a produtividade. Quanto mais produtivo eu sou, mais motivado eu me torno. Pessoas improdutivas são tristes, amargas. Para elas até notícia boa é ruim. Por fim vem a organização estratégica. Não é guardar tudo no seu lugar, é a organização que faz você ganhar tempo e energia. Seguindo esses passos sobra mais tempo para ver o que está acontecendo no mundo, é um ciclo”.

Na Convenção teve ainda homenagem às mulheres empreendedoras pela participação em Curitiba, no mês de maio, do prêmio Faciap Mulher Empreendedora. A história escrita pela empresária Roseli Kummer, de São João, foi a vencedora estadual.

 

“Transformando o não em sim”

Carla Sarni, odontóloga e empresária reconhecida como uma das maiores lideranças femininas do Brasil, subiu ao palco pra encerrar a Convenção. Carla é fundadora da Sorridents, maior e mais premiada rede de clínicas odontológicas da América Latina. Tem parceria com a cantora Ivete Sangalo e a atriz Giovanna Antonelli.

“Nas minhas palestras sempre digo que, quando uma criança nasce e durante toda a infância dela, o não é muito presente. Criança não sobe aí que você cai, não põe a mão na tomada que você toma um choque. Esse ‘não’ é saudável porque põe limites nela, mostrando o que pode e o que não pode ser feito. Mas muitos adultos não conseguem se livrar desses ‘nãos’ e não superam o primeiro obstáculo da vida. Quando recebe um ‘não’ ele não dá continuidade em busca do ‘sim’. As pessoas me perguntam: você conseguiu transformar todos os não em sim na sua vida? Digo que nem todos, mas 95% deles eu consegui reverter através da determinação, da persistência, e principalmente em acreditar que é possível reverter uma situação negativa”, explica Carla.

 

A doutora acrescenta que quando se formou, em 1995, a maioria dos dentistas de sua época se formavam com o patrocínio dos pais. “Meus pais eram separados, minha mãe tinha três filhas pra cuidar. A necessidade me fez desenvolver competências que a maioria dos dentistas não têm. Muitos são bons tecnicamente, mas eles não são bons em gestão. Durante toda minha infância, ouvia de minha mãe que nós tínhamos que ter uma profissão, ter a nossa independência financeira. Ela até brincava dizendo que ex-filho não existe, mas ex-sogra e ex-marido sim. Em cima desse conceito que eu e minhas irmãs fomos criadas”.

 

Segundo Carla, nos anos 1990 existiam as clínicas para pessoas pobres e ricas. “Para as ricas, clínicas lindas, com material de primeira linha. Já os pobres eram tratados em sobrelojas, pegando hepatites devidos aos materiais que não eram esterilizados. Eu provei que era possível fazer uma única odontologia, para ricos e pobres, com preço justo e forma de pagamento facilitada. Também convenci pessoas a não tirarem os dentes, muitas achavam que era caro trata-los. Fiz a odontologia que eu realmente desejava, quando me deparei tinha fila de espera para agendamento. Aí me perguntam se eu fiz e faço mágica. Digo que o que sei fazer é relacionamento, as pessoas vendem relacionamento e entregam produtos. Sempre digo que não adianta ir num comércio e ser mal atendido. O produto pode ser maravilhoso que o cliente acaba pegando antipatia pelo produto ou serviço”.

 

Dinheiro não cai do céu

“É possível sim vencer crises, desde que as pessoas tenham foco, determinação e o mais importante, que é abrir mão de algumas coisas. Toda escolha exige uma renúncia, vemos muitos profissionais se formando e abrindo negócios, mas eles colocam uma série de empecilhos antes mesmo de o negócio ter sucesso. Todo negócio, principalmente no começo, é como uma criança. Cuidamos o tempo todo até que essa criança comece a engatinhar e andar. Mas tem um preço pra isso, a gente não dorme direito, e é isso que as pessoas tem que entender. Montar uma empresa não é nenhum passaporte para uma ilha, você precisar estar focado e determinado para dar certo”, sugere Carla. 

Os organizadores da Convenção comemoram a excelente participação do público, o nível das palestras e a certeza de que o evento atendeu as expectativas.

 

Crédito fotos: Matheus Foto Color

Mais em http://www.cacispar.org.br/galeria/126

Post recentes