Desafio: ser mãe, empreendedora e CEO da própria vida

O empreendedorismo feminino está cada vez mais em destaque, não é de hoje que as mulheres estão conquistando seu espaço nos negócios, seja em uma micro, pequena ou grande empresa. 

Na verdade, as mulheres já empreendem há muito tempo, quem não lembra de uma tia manicure, uma vó que fazia bolos sob encomenda, uma vizinha revendedora de catálogos? 

Por muito tempo, apenas quem tinha empresa formal ou carteira assinada era valorizado. A novidade é que com o termo empreendedorismo e algumas políticas, como o MEI (Microempreendedor Individual), é que muitas mulheres saíram da sombra da vergonha da iniciativa informal. Trabalhar por conta própria, hoje em dia, é visto como algo positivo. 

A motivação para começar um negócio próprio são vários, desde a realização de um sonho até a necessidade de viabilizar uma nova profissão. Aliás, você já ouviu falar do termo Empreendedorismo Materno? 

Diferentemente do que pensam, não tem a ver com um negócio feito para mães, mas sim por mães. Segundo o site Maternarum, o empreendedorismo materno “está relacionado às transformações que dizem respeito ao eixo profissional das mães, provocadas pela maternidade ou deflagradas a partir dela. A mãe empreendedora pode exercer uma nova atividade ou voltar ao seu antigo trabalho, mas buscando novas formas e um novo volume de dedicação”. 

Muitas mulheres após se tornarem mães abandonam carreiras assalariadas, buscando empreender. Os motivos são diversos: não se identificam mais com o estilo de vida antigo, não possuem apoio em casa nos cuidados com os filhos, viram na maternidade o impulso para realizar um sonho já de um negócio próprio, ou até mesmo priorizar a maternidade. 

Sabemos que conciliar a educação dos filhos, afazeres domésticos e a administração de um negócio, não é tarefa fácil. Naturalmente, ao se tornar mãe, nasce, também, uma empreendedora. Se pararmos para analisar, a criação de um filho precisa de gerenciamento, é necessário ter foco nas prioridades e demandas, planejar a semana, criar metas a curto e longo prazo, prever falhas, contabilizar os custos, lidar com emergências etc. 

Mas não vamos romantizar essa situação. É fato que nenhuma mulher volta a ser o que era antes da maternidade, até podem se aproximar da vida que tinham, mas a maioria se transforma completamente, principalmente no profissional. 

 

A volta ao trabalho após a licença-maternidade deixa a mulher com o sentimento de não pertencimento àquele local, ainda mais se o ambiente não for colaborativo. Muitas empresas não têm estruturas para receber uma mãe lactante, possuem jornadas exaustivas; sabemos que no primeiro ano do bebê, o sono da mãe é prejudicado, além de outras questões, como o abando do genitor, o que sobrecarrega mais ainda a mulher 

Além disso, há outro fator desagradável – mesmo aquelas mulheres que conseguem conciliar a maternidade e o trabalho assalariado; possuem colaboração em casa; conquistam creche para os seus filhos e estão satisfeitas com a carreira – são dispensadas pelas empresas. Segundo pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), após 24 meses, quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade são demitidas. A maioria delas, inclusive, sem justa causa. 

A era é de uma nova revolução feminina, as mulheres lutam para serem independentes e produtivas economicamente, porém, no artigo de hoje, queremos falar de mulheres que querem também mais tempo com os seus filhos, uma rotina mais flexível, tornando sua participação mais ativa e efetiva na educação e criação dos filhos. Além disso, elas buscam a possibilidade de trabalhar com algo que realmente faça sentido nas suas vidas e que seja rentável. 

Por isso, trouxemos algumas dicas para você, mulher e mãe que quer empreender: 

  1. Tenha um propósito 

Procure se conhecer, leve em conta seus talentos, como você reage diante de algumas situações? Pense se isso é prejudicial ou positivo. O que vale o sacrifício? Sabendo exatamente o que pretende alcançar, terá mais clareza sobre quais passos são necessários e em que direção caminhar para alcançar o que deseja.  

  1. Não faça isso sozinha 

Acreditar que por ser empreendedora e ter horário flexível dará conta de tudo, é um grande erro! Ao empreender, se acumula múltiplas funções: administradora, vendedora, marketing, responsável pelo relacionamento com clientes e ainda por cima mãe, esposa e mulher. Fazer tudo sozinha pode te deixar doente, deprimida e infeliz com as escolhas. Divida tarefas, peça suporte aos pais, sogros, amigos, procure simplificar a vida doméstica. Embora a jornada possa ter horário flexível. Cuide de si, do seu sono, do seu descanso e lazer. 

  1. Tenha planejamento com o dinheiro 

Estude o seu nicho, tenha em mente se o seu público-alvo é capaz de pagar um preço que proporcione margem. Conheça seus custos, faça simulações, pesquise bastante. Precifique o que oferece, faça escolhas racionais, separe o faturamento da empresa do seu dinheiro pessoal, adie gratificações e prazeres. Você é impulsiva? Você se sente confortável em vender? Tem algum problema em como lidar com finanças? Tem familiaridade com planilhas, cálculos de custos e juros, previsão de receitas? Tendo dinheiro em conta é capaz de deixá-lo na poupança ou é do tipo que gasta tudo o que entra? Esses são aspectos importantes no caminho que se começa ao empreender 

  1. Administre seu tempo 

Trabalhar em casa pode te tirar do foco várias vezes. Planeje um tempo para o trabalho e outro momento para os afazeres domésticos. Não caia na ilusão de que mulher pode fazer várias coisas ao mesmo tempo. Você vai ficar estressada, sua produtividade vai ser baixa e você ficará frustrada, 

  1. Faça networking 

Converse, conviva e cultive relacionamentos. Esses são os princípios básicos do networking. Quanto mais conexões interpessoais você tiver, mais possibilidades surgirão na sua vida e mais amigos lembrarão quem você é e o que você faz. Torne-se lembrado por seus valores, por seu caráter, por sua simpatia e cordialidade, por sua amizade. 

  1. Tenha paciência 

Terá momentos em que tudo parecerá ser difícil, mas em outros momentos encontrará o caminho sozinha e será recompensador. Não queira atropelar as coisas, busque ajuda se for necessário. Um empreendimento leva, em média, três anos para se estabelecer. Os primeiros anos é aprendizado, divulgação e investimento. Prepare-se para momentos de renda incerta. Seja paciente com suas dificuldades e procure solução para todas elas. 

Precisamos valorizar e apoiar as mulheres que conciliam a maternidade com os negócios. Afinal todos saem ganhando, as mães que estão buscando um novo sentido para suas vidas, os filhos que terão mais tempo com as mães, a sociedade em geral que tem mais prestações de   serviço. Além disso, a conscientização das empresas, que com a evasão das mulheres, terão a oportunidade de se reinventar e mudar esse modelo ultrapassado que não considera as necessidades do período inicial pós-maternidade. 

A Faciap preparou este material com dicas práticas sobre o desafio que a mulher enfrenta hoje para ser empreendedora e CEO de sua própria vida. Como fonte dessa pesquisa, encontramos os sites: www.maternarum.com.br e www.personare.com.br 

 

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