Um grande Líder ou um mero Gerente?

*Allan Costa

Muito já se falou sobre a diferença entre líderes autênticos e todo o resto da humanidade, aí incluídos gerentes, chefes, supervisores e outras figuras do mundo corporativo. Mas como saber se as atitudes da liderança, no dia a dia da sua empresa, estão mais para o líder inspirador ou mais para o gerente controlador? A seguir, algumas diferenças cruciais:

1. Um grande líder conecta o trabalho cotidiano com objetivos maiores. Um mero gerente tem foco apenas no curto prazo:

É fácil se perder entre aquilo que é importante e o que é urgente. Gerentes tradicionais gastam a maior parte da sua energia administrando o urgente, pune ou recompensa as pessoas pelas pequenas coisas e raramente percebe sua importância no longo prazo. No outro extremo, o que importa para líderes autênticos é a essência e a busca dos objetivos maiores.

2. Um grande líder pensa nas pessoas como pessoas. Um mero gerente enxerga apenas cargos ou posições do organograma:

Gerentes adoram se referir às pessoas não pelos seus nomes, mas pelas posições que ocupam. Líderes enxergam seus liderados como o que são de fato: seres humanos únicos, com necessidades e potencialidades distintas e, em última análise, os grandes responsáveis por qualquer resultado, em qualquer organização.

3. Um líder autêntico quer ser respeitado. Um mero gerente deseja ser querido:

Líderes possuem uma visão clara quanto ao seu papel, e esse papel não é necessariamente ser querido e adorado por todos, mas sim, ser capaz de mobilizar energia e recursos de forma estratégica na direção dos resultados necessários evitando zonas de conforto e acomodação. Não hesitam em sacrificar apreço de curto prazo para favorecer respeito de longo prazo. Gerentes necessitam de aprovação e afeto raso e, se preciso, podem sacrificar sua integridade em troca de aceitação e apreço.

4. Um líder autêntico vibra quando membros da equipe atingem grandes resultados. Um mero gerente se sente ameaçado:

Você provavelmente já se deparou com chefes que ocultam obstinadamente os talentos da equipe com medo de que seus subordinados brilhem mais do que eles. Grande líderes atuam como mentores dos seus times e vibram com resultados diferenciados porque se interessam genuinamente pelos liderados. Possuem plena consciência da sua capacidade e importância, o que se reflete na sua autoestima e auto confiança plenamente desenvolvidos.

5. Um grande líder entende que se um time não atinge bons resultados, ele é responsável. Um mero gerente culpa o time:

Gerentes que culpam a equipe pelo fracasso e assumem pra si os louros do sucesso são tão comuns que fazem parte do folclore corporativo. Líderes têm clareza quanto à impossibilidade de se delegar responsabilidade e assumem sem hesitar o ônus pelo insucesso do time.

6. Um líder autêntico tem foco no resultado. Um mero gerente se preocupa com o processo:

Abrir mão de gerenciar o detalhe é, muitas vezes, a maior dificuldade de profissionais que atingem posições estratégicas onde liderar é muito mais importante do que gerenciar. A demora – ou resistência – para se dar conta da mudança de papel e estabelecer foco no objetivo maior e mais amplo, denota falta de preparo para o exercício da liderança plena, muitas vezes, condenando o potencial líder a um eterno estágio no papel do mero gerente.

* Allan Costa é formado pelo Programa de Gestão Avançada da Harvard Business School. É Mestre em Gestão Empresarial pela FGV; MSc in IT, Management and Organizational Change pela Lancaster University (UK); MBA em Gestão de Negócios pelo IBMEC. É Conselheiro de Administração formado pelo IBGC e cursou programas de desenvolvimento no INSEAD (França) e na Universidade Católica de Milão (Itália). É palestrante, empresário e mentor de startups; fundador da Allan Costa Consultoria e Desenvolvimento Humano e da Inspiradores Assessoria e Treinamento; sócio da Escola de Criatividade, da Looks Creative Studio, e da Supernova Aceleradora de Startups. Foi Diretor Presidente da Cooper Card, Diretor Superintendente e Diretor Técnico do SEBRAE/PR, Diretor Geral e Secretário de Estado da Secretaria de Planejamento e Coordenação Geral do Paraná e atua como Cônsul Honorário da Grã-Bretanha em Curitiba. É colunista de empreendedorismo da rádio CBN, professor de MBA no ISAE/FGV e investidor-anjo membro do Harvard Business School Startup Angels, capítulo Brasil.

Post recentes