O legado das organizações para o desenvolvimento paranaense foi o tema do primeiro dos painéis da tarde desta quinta-feira da XXIV Convenção Anual da Faciap, a Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná, aberta na noite de terça e que segue ainda nesta sexta-feira no Recanto Cataratas Resort, em Foz do Iguaçu. O painel foi presidido pelo superintendente do Sebrae/PR, Vitor Tioqueta.
O presidente da Faciap, Rainer Zielasko, informou que a entidade representa os interesses de 295 associações comerciais e mais de 50 mil empresas. “Uma das nossas missões é, além de representar o setor produtivo, oferecer opções de produtos e serviços que possam fortalecer as entidades financeiramente”. Para tanto, a Faciap conta com inúmeros parceiros.
Um deles é o Sicoob Central Paraná, criado há apenas 13 anos e hoje uma das cooperativas mais atuantes do sistema no Brasil. O presidente Jefferson Nogaroli informa que ela começou com capital de apenas R$ 40 mil e cerca de R$ 130 mil em depósitos e que o volume de recursos administrados no fim de 2014 chegará aos R$ 3 bilhões. De apenas sete funcionários, agora o sistema conta com 2,5 mil em todo o Paraná e de apenas uma agora são 200 agências em atividade no Estado.
Cooperação
Outro bom exemplo da força da cooperação vem do Sicredi PR-SP. Embora o modelo ainda não esteja tão fortemente disseminado como em outros lugares do mundo (25% da população norte-americana e 40% da canadense são cooperadas; no Brasil são apenas 6%), o setor cresce rápido no País, segundo o diretor da Central Sicredi PR-SP, Jaime Basso. “O Índice de Desenvolvimento Humano é mais alto onde o sistema cooperativista está presente”, conforme ele.
O Sicredi tem cem cooperativas no Brasil e oferece mais de cem produtos aos seus cooperados. Ele está em 11 estados e em 990 cidades, em 206 delas a cooperativa é a única instituição financeira em atividade. Hoje ela ocupa o sexto lugar em rede de atendimentos do País, com 1.280 unidades, o décimo em número de associados/cooperados, 2,8 milhões, e o 11º posto em ativos, com R$ 40 bilhões. No Paraná são 680 mil cooperados, quatro mil colaboradores e 362 pontos de atendimentos. A soma dos ativos chega aos R$ 11 bilhões, segundo Jaime.
Fomento Paraná
A disponibilização de financiamentos públicos e privados com as melhores condições e taxas do Brasil. É isso o que oferece a Fomento Paraná, instituição financeira ligada ao governo do Estado. Conforme o assessor Mário João Figueiredo, ela vem a suprir dificuldades que os micros e pequenos empresários enfrentam para ter acesso ao crédito. E elas são muitas, afirma ele. Estão na falta de garantias, de prazos inadequados à realidade financeira da empresa e da ausência de projetos. O total de ativos da Fomento é de R$ 1,4 bilhão e as taxas que pratica, a microempresas, começam em 0,55% ao mês. A liberação de recursos com custos menores está ligada à participação dos empreendedores a cursos de capacitação. “Apenas em 2014, por meio do Programa Capacitar, 12 mil empreendedores do Estado estão aptos a ter acesso a esse dinheiro”, conforme o presidente da Faciap, Rainer Zielasko.
Jucepar
A Junta Comercial do Paraná tem escritórios em 62 municípios do Estado e em 90% deles funcionam em parceria com as associações comerciais, disse na tarde desta quinta-feira, durante painel em Convenção da Faciap, o presidente da Jucepar, Ardisson Naim Akel. Hoje, de acordo com ele, dois terços dos registros empresariais são feitos no interior, o que comprova o crescimento de regiões distantes da Capital principalmente nas últimas duas décadas. “A Junta representa a segurança jurídica dos contratos e dos registros empresariais, por isso ela é tão importante”, afirmou.
Um dos desafios da gestão de Akel é, em parceria com outras entidades e órgãos públicos, trabalhar pela redução do tempo de abertura e de fechamento de empresas. Hoje, a média para constituir uma empresa no Estado é de 60 dias e a intenção é reduzi-lo para apenas três. Além de centralizar procedimentos no escritório da Jucepar, um acordo com o Corpo de Bombeiros vai inverter a exigência de algumas licenças para o funcionamento do negócio – valerá às consideradas de baixo risco. “Esse é um avanço que todos aguardamos ansiosos”, afirmou o superintendente do Sebrae-PR, Vitor Tioqueta.