Movimento cívico pede mais transparência

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Dezenas de empresários, profissionais liberais, representantes de entidades de diversos segmentos e a população londrinense de forma geral se reuniram ontem pela manhã, no Calçadão da cidade, na campanha cívica intitulada “Brasil, mostra sua garra”. Idealizada pela Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e encabeçada pela Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), a campanha visa mostrar a insatisfação da sociedade com os rumos dos atuais governos federal e estadual, principalmente devido à corrupção e à má gestão em diversas áreas que atingem o empresariado e a sociedade brasileira como um todo.

A campanha cívica que se autodenomina “apartidária” conta com apoio das Associações Comerciais e Empresariais (ACEs) de todo o Estado e aconteceu simultaneamente em outras cidades como Maringá, Cascavel, Pato Branco, Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ponta Grossa e deve acontecer quinzenalmente com pautas de discussão de diferentes assuntos. O manifesto do movimento está fundamentado em cinco valores: transparência, responsabilidade, justiça, verdade e respeito. Os organizadores também confirmaram uma nova manifestação no dia 12 de abril, como a que aconteceu no dia 15 de março.

De acordo com o presidente da Acil, Valter Luiz Orsi, o movimento já estava preparado há dois meses aguardando a melhor estratégia de lançamento. No meio tempo aconteceu a mobilização do último dia 15 em todo o País, auxiliando na campanha iniciada ontem. “Está se tornando insustentável empreender no Brasil e todos os cidadãos perdem com isso. Empresas estão fechando e dispensando trabalhadores, a carga tributária é absurda, vemos a energia elétrica subindo 100% e tudo isso refletindo no produto final, impactando na vida de todos”.

Para Orsi, os governantes brasileiros “estão na contramão do que o mundo está fazendo”. “Todos estão buscando transparência das ações, redução de custos, projetando indicadores a longo prazo, enquanto nós estamos aumentando a carga de impostos. Se o Brasil quer aumentar a carga tributária deve ser estimulando a produção”, decretou.

Os empresários que participaram ontem da campanha concordam com o presidente da Acil. Jairo José Rantin, por exemplo, é proprietário de uma indústria gráfica e emprega 97 funcionários em Londrina. Ele explica que o nível de corrupção atual em todas as esferas de governo atrapalha diretamente os negócios, além do incremento da carga de impostos recentemente. “Não suportamos mais essa situação. Fazemos um planejamento de vendas e despesas e, de repente, em uma canetada, o preço da energia elétrica dobra, encargos na folha de pagamento surgem e, em contrapartida, as vendas caem. Nós sabemos que muito disso é no mínimo incompetência de gestão do governo. Como empresário, me questiono como poderemos administrar alguma coisa neste cenário”, indagou ele.

Mudanças

Além dos empresários, profissionais de outras áreas também reivindicavam mudanças. O promotor da Vara da Infância e Juventude, Marcelo Briso Machado, disse à reportagem da Folha que a corrupção atual tira da sociedade recursos que poderiam ser utilizados em prol da população. “O próprio empresariado, ao sentir os reflexos da crise econômica oriunda da corrupção e da má gestão, reduz a oferta de trabalho, inclusive para os jovens. Estou aqui representando também a necessidade da promotoria de justiça em promover a ressocialização desses jovens. Nós acreditamos que isso passa pela inclusão deles no mercado de trabalho, seja como aprendiz a partir dos 14 anos ou com emprego protegido a partir dos 16 anos. Esse movimento é também um chamado para a sociedade para cobrar das autoridades uma maior consciência sobre tudo que está ocorrendo”, explicou ele.

 

Fonte: Folha de Londrina

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